À medida que celebramos o Dia Internacional da Mulher, é crucial reconhecermos o papel fundamental que as mulheres desempenham na configuração de nossas cidades e espaços urbanos. Embora historicamente sub-representadas e muitas vezes negligenciadas nos campos da arquitetura e do urbanismo, as mulheres têm contribuído de maneiras significativas para o desenvolvimento e a transformação de nossos ambientes construídos.
Ao longo dos séculos, mulheres arquitetas têm desafiado estereótipos e enfrentado obstáculos para deixar sua marca na profissão. Desde pioneiras como Zaha Hadid, cujas estruturas fluidas e inovadoras desafiaram as convenções arquitetônicas tradicionais, até figuras contemporâneas como Jeanne Gang, cujo trabalho aborda questões de sustentabilidade e inclusão social, as mulheres têm sido agentes de mudança na paisagem urbana.
Além das arquitetas renomadas, muitas mulheres urbanistas têm contribuído para a criação de cidades mais inclusivas e habitáveis. Seja através do planejamento urbano, políticas de transporte sustentável, ou projetos de revitalização de bairros, mulheres têm desempenhado papéis essenciais na promoção de comunidades mais equitativas e acessíveis para todos.
No entanto, apesar dessas contribuições significativas, as mulheres continuam a enfrentar desafios dentro dessas indústrias. A falta de representação em cargos de liderança, disparidades salariais e barreiras à progressão na carreira ainda são realidades para muitas profissionais.
À medida que refletimos sobre o Dia Internacional da Mulher, é importante reconhecer não apenas as conquistas das mulheres na arquitetura e no urbanismo, mas também os obstáculos que ainda precisam ser superados. Devemos continuar a advogar por equidade de gênero em nossas profissões, promovendo espaços de trabalho inclusivos e criando oportunidades para que todas as vozes sejam ouvidas e valorizadas.
Neste Dia Internacional da Mulher, vamos celebrar as conquistas das mulheres na arquitetura e no urbanismo, enquanto renovamos nosso compromisso de construir um futuro onde todas as mulheres possam prosperar e deixar sua marca duradoura nos espaços que compartilhamos e chamamos de lar.
Certamente, embora muitas arquitetas e urbanistas tenham feito contribuições significativas para seus campos, nem todas receberam o reconhecimento merecido. Aqui estão alguns exemplos de profissionais que podem não ter alcançado reconhecimento relevante, mas que ainda assim fizeram contribuições valiosas:
- Zaha Hadid: Conhecida por suas formas inovadoras e esculturais, Zaha Hadid foi uma arquiteta iraquiana-britânica que deixou um legado marcante em todo o mundo, com projetos emblemáticos como o Centro Aquático de Londres para as Olimpíadas de 2012 e o Centro Heydar Aliyev em Baku, Azerbaijão. Certamente, ela foi uma das arquitetas que mais teve papel relevante.
- Ethel Day: Uma das primeiras arquitetas afro-americanas nos Estados Unidos, Ethel Day teve uma carreira notável na década de 1920. Ela trabalhou em projetos residenciais e comerciais em Chicago, mas seu nome raramente é mencionado em contextos históricos mais amplos da arquitetura americana.
- Jeanne Gang: Fundadora do Studio Gang, Jeanne Gang é uma arquiteta americana cujo trabalho é conhecido por integrar design inovador com preocupações sociais e ambientais. Seu trabalho inclui projetos como o Aqua Tower em Chicago e o projeto de revitalização do Rio Verde em Chicago.
- Maria Montessori: Embora seja mais conhecida por seu trabalho na educação, Maria Montessori também tinha formação em arquitetura. Sua abordagem inovadora para o design de escolas e espaços educacionais, conhecida como “Ambiente Preparado”, teve um impacto duradouro na arquitetura escolar, mas sua contribuição para o campo da arquitetura é frequentemente negligenciada
- Janette Sadik-Khan: Como Comissária de Transporte de Nova York de 2007 a 2013, Janette Sadik-Khan desempenhou um papel fundamental na transformação da infraestrutura da cidade, promovendo a criação de mais espaços para pedestres e ciclistas, como parte de sua visão para uma cidade mais sustentável e habitável.
- Lina Bo Bardi (Brasil): Uma das arquitetas mais importantes do Brasil, Lina Bo Bardi foi responsável por projetos icônicos como o Museu de Arte de São Paulo (MASP) e o SESC Pompéia, em São Paulo. Sua abordagem humanista e sua sensibilidade para com a cultura brasileira deixaram uma marca duradoura na arquitetura moderna. Embora seja reconhecida como uma das arquitetas mais importantes do Brasil, Lina Bo Bardi ainda pode não ter o reconhecimento global que merece. Seu trabalho inovador e sua contribuição para a arquitetura moderna e a cultura brasileira são inegáveis, mas ela ainda pode ser sub-representada em comparação com seus contemporâneos internacionais.
- Carme Pinós: Esta arquiteta espanhola tem uma carreira distinta, mas muitas vezes é ofuscada por seus contemporâneos mais famosos, como Zaha Hadid e Jeanne Gang. Seu trabalho, que inclui projetos notáveis como o CaixaForum Zaragoza e o Edifício Cube II em Guadalajara, merece maior reconhecimento internacional.
- Amanda Burden: Como diretora do Departamento de Planejamento Urbano de Nova York de 2002 a 2013, Amanda Burden desempenhou um papel fundamental na revitalização de áreas urbanas, promovendo projetos de renovação e desenvolvimento que melhoraram a qualidade de vida dos nova-iorquinos.
- Hildegard Auf-Franić: Uma das primeiras arquitetas na Polônia, Hildegard Auf-Franić teve uma carreira significativa durante o período entre as guerras mundiais. Seus projetos residenciais e institucionais refletiram uma abordagem humanista para o design, mas sua obra é muitas vezes esquecida nos relatos convencionais da história da arquitetura polonesa.
- Lucia Costa: Arquiteta e urbanista, Lucia Costa é conhecida por seu trabalho em planejamento urbano participativo e desenvolvimento sustentável. Ela foi uma das fundadoras do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem contribuído para o debate sobre políticas públicas urbanas no Brasil.
- Raquel Rolnik: Professora, urbanista e ex-relatora especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada, Raquel Rolnik é uma figura proeminente no campo do urbanismo no Brasil. Ela é autora de diversos livros e artigos sobre planejamento urbano, habitação e políticas públicas, e tem sido uma voz ativa na defesa de direitos urbanos e sociais.
- Ermínia Maricato: Professora e urbanista, Ermínia Maricato é uma das principais autoridades em políticas urbanas no Brasil. Ela foi Secretária Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades e tem sido uma voz crítica em questões como habitação, transporte e desigualdades urbanas.
- Maria Lúcia Refinetti Campos: Urbanista e professora, Maria Lúcia Refinetti Campos tem se destacado por seu trabalho em planejamento urbano e políticas de desenvolvimento territorial. Ela é autora de diversos estudos e pesquisas sobre temas como mobilidade urbana, gestão pública e participação social no planejamento urbano.
- Rosa Grena Kliass: é uma renomada arquiteta paisagista brasileira, nascida em 1932 em São Roque, São Paulo. Ela é uma das figuras mais influentes no campo da arquitetura paisagística no Brasil e tem uma carreira de destaque internacionalmente reconhecida. Kliass é conhecida por sua abordagem inovadora e sensível ao design de paisagens, incorporando elementos da cultura brasileira e da natureza em seus projetos. Ela é especialmente reconhecida por sua capacidade de integrar paisagens naturais e urbanas, criando espaços harmoniosos e funcionais.
- Jane Jacobs: foi uma influente escritora e ativista urbana, nascida em 1916 nos Estados Unidos e falecida em 2006. Ela é mais conhecida por seu livro revolucionário “Morte e Vida de Grandes Cidades” (“The Death and Life of Great American Cities”), publicado em 1961, no qual ela questiona as práticas de planejamento urbano da época e defende uma abordagem mais orgânica e participativa para o desenvolvimento urbano.Em “Morte e Vida de Grandes Cidades”, Jacobs critica as políticas de urbanização que favoreciam a demolição de bairros antigos e a construção de projetos habitacionais massivos, defendendo que essas intervenções urbanas frequentemente resultavam na destruição da vitalidade das comunidades locais. Ela argumentava que a diversidade de usos do solo, a mistura de classes sociais e a proximidade entre as pessoas eram essenciais para a saúde e vitalidade das cidades.
- Elisabete França: é uma arquiteta e urbanista brasileira. Entre suas contribuições mais notáveis, destaca-se sua atuação como superintendente de habitação popular da Secretaria de Habitação da Cidade de São Paulo, onde coordenou a elaboração do Plano Municipal de Habitação e diversos programas habitacionais. Seu trabalho recebeu reconhecimento internacional, incluindo o Prêmio Scroll of Honours da UN-Habitat e o Prêmio João Batista Vilanova Artigas do Instituto de Arquitetos do Brasil.
Esses exemplos destacam como algumas arquitetas e urbanistas no mundo, apesar de suas contribuições significativas, podem não ter recebido o reconhecimento relevante em comparação com seus pares mais conhecidos. É importante continuar explorando e valorizando o trabalho de todas as mulheres que moldaram e continuam a moldar o campo da arquitetura e do urbanismo.
Portando, A MR arquitetura da paisagem, neste dia 8 de março, vem expressar a admiração e gratidão por todas as mulheres que fazem parte da nossa equipe, dos nossos clientes e dos nossos parceiros. Sabemos que as mulheres enfrentam muitos desafios na sociedade e no mercado de trabalho, e por isso defendemos mais equidade, justiça e valorização para as mulheres deste mundo, pois acreditamos que as mulheres são capazes de transformar a realidade com sua criatividade, sensibilidade e determinação. Parabéns a todas as mulheres pelo seu dia!